Um dos emergentes do Crossover nacional, o GATILHO CANHOTO, celebra seu mais novo álbum, intitulado “Quem Manda Aqui!?”, (leia nossa resenha aqui), e hoje falamos um pouco mais com a banda para saber mais sobre seus atuais e futuros projetos. Confira:
Subterrâneo Metal Punk: Primeiramente, parabéns pelo lançamento de “Quem Manda Aqui?!”. Como vocês descreveriam o som e a mensagem por trás deste álbum?
R: Nosso som é pesado, direto e reto. Simples, porém caprichado. A única mensagem desse disco é: “Grite NÃO aos mocorongos, se afaste gente fútil e não dance no Tiktok”.
Subterrâneo Metal Punk: Pode nos contar mais sobre o processo de composição e gravação do álbum? Quais foram os desafios e os momentos mais gratificantes?
R: As composições começaram a tomar corpo no período da pandemia ao vermos tanta gente vazia brigando entre si por causa de orgulho. Política e vaidade ao extremo nos impulsionou a tirar a revolta da mente e colocar no papel. As gravações foram relativamente simples pois a nossa verdade já estava “ali”, foi só materializar e foi um processo relativamente rápido pois nos desprendemos de muitas amarras superficiais como achar o timbre perfeito, o groove de bateria ideal, a voz certa, etc. Simplesmente deixamos acontecer. O lançamento do disco e a aceitação do público foi a parte mais gratificante pois realmente nós não esperávamos a receptividade que tivemos.
Subterrâneo Metal Punk: Quais são as principais influências musicais que moldaram o som da banda e, especificamente, deste trabalho?
R: Influencias da banda vão de Dead Kennedys a ABBA porém especificamente para esse trabalho nos focamos na nossa matriz e essência que é o Punk Rock que escutávamos na época de adolescentes. Entre artistas que colocamos como modelo de pintura para esse trabalho estão Ratos de Porão, D.R.I, Bad Religion, Social Distortion, Rattus, etc…
Subterrâneo Metal Punk: Pode nos contar mais sobre o método de composição da banda? Como vocês geralmente desenvolvem novas músicas?
R: O principal compositor da banda é o baixista e vocalista Cris Dafré. Uma vez a letra pronta e uma base da melodia colocada aos outros integrantes decidimos juntos o melhor caminho a seguir para que as músicas sejam sempre mais diretas possíveis. Nesse álbum o produtor Fabio Germano teve um papel muito importante pois ele conseguiu “sacar” a ideia do Cris e ajustar as arestas quando rolava um “exagero”. Quando a música começa a tomar forma é natural que as ideias comecem a se acumular e é nessa hora que entra o toque e a visão do Fábio para “segurar a onda” da galera.
Subterrâneo Metal Punk: Como vocês descreveriam a cena de Crossover e Thrash Metal no Brasil e como a banda se encaixa nesse cenário?
R: Como toda vertente de ROCK no Brasil a cena tem pouca visibilidade e aceitação, até mesmo para os fãs do estilo. Ainda temos a cultura de darmos mais valor pro gringo do que pro cara que nasceu na rua do lado da sua casa. Bandas importantíssimas do Brasil no seguimento tendo que tocar ao meio-dia em grandes festivais ou passando perrengue em tours pela Europa tendo que dormir em rodoviária. Esse nicho é pra quem realmente ama o estilo e tem culhão de vivenciar isso. Nós somos apenas mais uma banda no meio de tudo isso e provavelmente disso nunca sairemos, e falamos isso com orgulho. Fazer sucesso transformando arte em música estilho brigadeiro gourmet não é pra gente.
Subterrâneo Metal Punk: Quais são as músicas do álbum “Quem Manda Aqui?!” que vocês consideram mais significativas ou pessoalmente importantes?
R: A primeira seria a “FDP” pois foi a primeira composta para o disco. É um grito de revolta, desabafo, raiva e alívio. Ela é pura, sem matemática. A faixa “A Ira” também tem uma força diferente dentro do disco pois além de ter uma sonoridade um pouco diferente das outras, provavelmente seja a letra mais séria em relação a mensagem.
Subterrâneo Metal Punk: Vocês têm planos para lançar videoclipes para as músicas do novo álbum? Como a banda aborda a criação de videoclipes para acompanhar a música?
R: No momento não temos planos a curto / médio prazo para lançarmos vídeos. Nosso foco hoje está sendo no segundo disco que provavelmente seja lançado no primeiro semestre de 2024. Achamos muito importante a arte visual acompanhar nossa música, porém para se ter um trabalho decente hoje nessa modalidade o investimento é alto e o retorno baixo e se for pra escolher preferimos continuar gravando os sons.
Subterrâneo Metal Punk: Sobre a capa do álbum, criada por Furukawa Drawings, qual é a história por trás da escolha dessa arte e como ela se relaciona com a música?
R: Queríamos de toda forma a caveira na capa pois ela é o maior símbolo de igualdade que existe. Todo mundo é igual, o que muda é a forma que se leva a vida e quais valores você segue. Dentro desse conceito pedimos para que o artista colocasse um pouco de cada música na capa e de uma forma subliminar ele conseguiu fazer isso com muita maestria.
Subterrâneo Metal Punk: Foi mencionado que vocês fizeram uma versão do clássico brasileiro “Faraó” no estilo Crossover. Como surgiu a ideia de fazer essa versão, qual foi a abordagem criativa e qual sua previsão de lançamento?
R: A música “Faraó, divindade do Egito” de Luciano Gomes é uma obra literária. Ela é uma das músicas mais punks já feitas no Brasil pois teve a coragem de colocar num carnaval da Bahia uma música com alto teor cultural e histórico pra galera dançar tomando cachaça. Ela também tem uma força própria em relação a harmonia que “cresce” a cada passo que se aproxima do refrão. Gritar “Ê Faraó” na hora certa é praticamente um descarrego de energia ruim. Será lançada ainda esse ano e provavelmente virá como presente de Natal.
Subterrâneo Metal Punk: Como vocês veem o cenário de shows atualmente, considerando a passada situação da pandemia? Há planos para turnês ou apresentações ao vivo em apoio ao álbum?
R: Show de músicas autorais para uma banda desconhecida é sempre um desafio. Poucas pessoas, pouco cachê, muito esforço e raras casas que abrem o espaço. Pra quem tem uma vida corrida, fazer uma turnê de divulgação sabendo que o resultado será provavelmente um fiasco é muito difícil, porém, como somos velhos sem muita sabedoria, pretendemos sair numa turnê pelo interior de São Paulo a partir de abril de 2024. Em janeiro começaremos a preparar o show.
Subterrâneo Metal Punk: O que os fãs podem esperar do Gatilho Canhoto em 2024? Existem projetos ou metas específicas que vocês gostariam de compartilhar?
R: Como dito acima pretendemos lançar nosso segundo álbum ainda no primeiro semestre de 2024 e divulgar o trabalho fazendo uma pequena turnê por nossa região. Abriremos provavelmente também nossa Loja Virtual.
Subterrâneo Metal Punk: Como vocês enxergam o papel das redes sociais e da internet na promoção da música hoje em dia?
R: São obrigatórias. Sem elas, por exemplo não estaríamos dando essa entrevista. É a nova ditadura da música a não ser que o artista não faça questão de mostrar sua arte. Depender de shows hoje para ter sua obra divulgada é burrice.
Subterrâneo Metal Punk: Quais são as bandas ou artistas que vocês mais admiram no cenário do Crossover/Thrash/Punk e que gostariam de compartilhar o palco no futuro?
R: A maior de todas, com certeza é a banda Surra. Som muito bem feito, violento e dedicado.
Subterrâneo Metal Punk: Por fim, o que vocês acreditam que seja mais importante para os fãs e seguidores da banda saberem sobre Gatilho Canhoto neste momento?
R: Gostaríamos que eles soubessem que nosso som é 100% feito com amor, tesão e verdade. É arte e não produto.
Ouça em sua plataforma de streaming mais utilizada aqui: https://li.sten.to/GatilhoCanhoto
Acompanhe o GATILHO CANHOTO AQUI: https://sanguefrioproducoes.com/bandas/GATILHOCANHOTO/104
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